Cada dia que passa estou mais perto de ir para o mar, que é de longe um dos meus maiores sonhos. Não há palavras para descrever o quão feliz eu me sinto por poder estudar uma coisa que realmente gosto. 😀

Resolvi escrever este artigo para partilhar uma das atividades mais divertidas do meu curso, que é aprender a trabalhar com as cartas náuticas.

As cartas náuticas são o equivalente marítimo aos mapas terrestres. São representações cartográficas do mar, representado de diversas formas com diversas escalas.

Têm como objetivo localizar os marítimos e demonstrar as características de determinado local, tal como profundidades, características dos fundos, corredores de tráfego, pontos relevantes na costa, boias, enfiamentos, etc…

Num mundo perfeito poderíamos usar globos, uma vez que são a representação mais fiel da terra. No entanto para poderem demonstrar grandes escalas teriam de ser gigantes, o que faz com que o seu uso seja inviável.

Existem diversas formas de representar a terra num papel, no entanto no mar estas são as cartas mais usadas:

Carta de Mercator: é a que usamos mais pois é, num grosso modo, uma representação que permite que o percurso do navio seja marcado em linhas direitas.

Cartas Gnomónicas: são projeções que utilizam como superfície de projeção um plano tangente à superfície da terra. Esta apresenta todos os tipos de deformações da terra.

Os instrumentos usados para as leituras e medições na carta são os compassos que podem ser direitos ou curvos e os esquadros.

Compasso curvo:

Compasso direito:

Esquadro de navegação:

As distâncias são medidas em milhas náuticas (entre marítimos só lhes chamamos milhas) que são lidas através da escala das latitudes (cada minuto de latitude é uma milha). Cada milha náutica equivale a 1852 m.

Hoje em dia existem também as cartas eletrónicas, mas eu pessoalmente gosto mais das de papel, torna todo o trabalho mais pessoal pois, como os nossos professores nos ensinam, a “Navegação é Ciência e Arte”.