“The tall ships races” é uma regata internacional que reúne diversos veleiros de todas as categorias. Teve a sua primeira edição em 1956, tendo sido pensada em 1954, pelo embaixador de Portugal em Londres Dr. Pedro Theotónio Pereira e um advogado londrino Bernard Morgan, com o intuito de conservar os grandes navios de vela, que com a chegada dos navios movidos a vapor tinham perdido a sua popularidade. Devido ao gigante sucesso, as regatas mantem-se anualmente em diferentes localizações até aos dias de hoje.

A edição de 2016 teve início a 7 de julho na Antuérpia, Bélgica. A primeira etapa da corrida começou a dia 10, começaram a chegar a lisboa no dia 21, e estiveram abertos ao publico ate dia 24. Eu fui visita-los com a minha família e melhor amiga no sábado de manhã. Tivemos a ver todos os veleiros que conseguimos e claro que lhes fui mostrar onde iria navegar, a Santa Maria Manuela.


Embarquei as 1000 do dia 25 e fomos recebidos pelo comandante que nos deu as boas vindas, explicou-nos os procedimentos de segurança a bordo e deu-nos a conhecer as atividades que iriamos realizar. Partimos por volta da uma rumo a Cádis, Espanha. A partida foi das imagens mais bonitas que registei na minha memoria, ver lisboa a partir do mar, ainda por cima rodeada de dezenas de veleiros, é simplesmente espetacular.

O nosso primeiro dia passou a correr, com o emocionante desfile náutico no rio tejo, a nossa acomodação e o içar de bandeiras. Dividiram-nos por grupos e distribuíram-nos consoante os nossos turnos, que no mar chamamos de quartos. Os quartos têm este nome pois tem a duração de quatro horas, tendo uma pausa de oito entre eles. Os meus quartos eram das quatro as oito, tanto da manha como da tarde. Dentro de cada quarto tinha tarefas diferentes a cada hora, de forma a que todos pudéssemos experienciar todas as atividades a bordo, tais como: fazer leme, trabalhar na ponte, fazer vigia, limpar o convés…
De todos, para mim o segundo dia foi o pior, não só estava mau tempo como estava bastante irritada com o meu telemóvel. Resolveu apagar a maioria das fotos que tinha tirado e como estava sem rede nem na “cloud” havia esperança. Não podia também ligar a ninguém para desabafar do sucedido, dai ter de ir chatear colegas meus. O ponto positivo deste dia foi ter descoberto que não enjoo.

O terceiro dia foi fantástico, estava um mar calmo com um maravilhoso sol. Nem cheguei a ir para a minha cabine, simplesmente descansei a vista ao sol no convés, o que foi ótimo pois de outra forma não teria visto a tartaruga e os golfinhos que por nós passaram. À tarde até subi ao mastro. Foi nesta noite que chegamos a Cádis, mas tivemos de esperar fundeados até a manhã seguinte para que o piloto daquele porto nos ajudasse a atracar. Assim que podemos sair aproveitamos o tempo ao máximo, pois no dia seguinte teríamos de sair por volta das 15h. Visitamos a cidade, fomos a praia, a bares e à noite estivemos na festa da nossa chegada. Mais uma vez, ignorando a necessidade de dormir, voltamos a praia na manhã do dia em que iriamos embora.

Adorei esta experiência pois foi a minha primeira viagem de veleiro. Tive a oportunidade de experienciar como é trabalhar por quartos; assistir ao maravilhoso nascer e pôr do sol; conheci colegas meus de uma forma diferente; estive incontactável por 3 dias (o que acabou por não ser tao mau como estava a espera); e fiquei com uma vontade de voltar e com mais convicção do curso que estou a tirar.

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