
Como o Verão está acabar, resolvi começar a fazer uma revisão nas matérias de navegação que serão importantes para o meu estágio.
Neste artigo irei começar pelo básico para quem não sabe ou quer rever alguns dos termos.
“Navegação é a ciência e a arte de conduzir, com segurança, um navio ou embarcação de um ponto a outro da superfície da terra”.
A navegação é uma ciência na medida em que se recorre à utilização de instrumentos de precisão, métodos, técnicas, cartas e almanaques.
É também uma arte pois prossupõe a experiência do navegador que interpreta os dados.
Para navegar é preciso de:
• Efetuar um estudo prévio, detalhado da derrota que se pretende seguir, usando para isso as publicações e cartas existentes tanto em livros, como eletrónicas.
• Executar a derrota, indo sempre confirmando a posição do navio, de forma a manter o navio, a tripulação e carga em segurança.
Tipos de navegação:
Os três grandes tipos de navegação são:
• Costeira
• Oceânica
• Em águas restritas
Navegação oceânica:
É a navegação feita ao largo, em alto mar, praticada geralmente em distâncias superiores a 50 milhas da costa.
A posição do navio deve ser tirada pelo menos 3 vezes por dia.
Navegação costeira:
É a navegação feita com a costa à vista, a uma distância de 3 a 50 milhas desta.
Neste tipo de navegação os navegadores podem usar pontos de referência em terra para determinarem a sua posição.
A posição deve ser tirada com um intervalo de 10 a 30min.
Navegação em águas restritas:
É a praticada em portos, rios, canais e outros locais em que a manobra está condicionada e tem de ser feita com máxima precisão.
A posição deve ser retirada em intervalos médios de 3 min.
Métodos de navegação:
Navegação Astronómica:
É o método no qual o navegante determina a posição do navio através de astros.
Navegação Visual:
É o método no qual o navegante determina a posição do navio através de observações visuais: comparar objetos marcados na carta com os da costa, ângulos horizontais e verticais de sextante, marcações pontos conspícuos…
Navegação Eletrónica:
A mais utilizada nos dias de hoje, em que o navegante determina a sua posição através dos meios eletrónicos (ex: radar, satélite).
Navegação Estimada:
É um método aproximado em que o navegante estima a posição futura do navio com base na sua posição atual, rumo e velocidade num determinado intervalo de tempo entre posições.
Direções no mar:
Direção:
É a linha na superfície da terra que liga dois pontos.
Rumo (R):
É o angulo horizontal entre uma direção de referência e a direção para qual aponta a proa do navio. São medidas de 000º a 360º na direção dos ponteiros do relógio, a partir de um ponto de referência:
• Norte verdadeiro
• Norte magnético
• Norte da agulha
Assim o rumo é o trajeto que o navio está a fazer de facto.
Proa:
É a direção para qual o navio está apontado, num determinadao instante.
Quando se navega a um determinado rumo, este não é sempre constante devido a fatores naturais como correntes, ventos, marés…
É a estas alterações, que ocorrem em determinados momentos que se dá o nome de Proa.
Rumos práticos:
Quando se navega em rios, por exemplo, às vezes é mais fácil nos orientarmos usando pontos de referência em terra em vez de rumos da agulha. Quando usamos este método, estamos a utilizar rumos práticos.
Marcações e Azimutes:
Apesar de parecer um tema simples é um tema que pode trazer alguma confusão, uma vez que muitas vezes os próprios manuais têm definições diferentes.
Marcação (M):
É o ângulo horizontal entre um ponto de referência e a linha que une o navio a um outro objeto.
Marcação verdadeira (Mv) ou Azimute:
É o angulo horizontal entre o norte verdadeiro e a linha que une o navio ao objeto marcado, medido de 000º a 360º no sentido dos ponteiros do relógio.
O azimute é portanto um tipo de marcação, ou seja, um azimute é uma marcação verdadeira.
Marcação relativa (Mr):
É o angulo horizontal entre a proa e a linha que une o navio ao objeto marcado, medindo de 000º a 360º, no sentido horário a partir da proa.
Mv= Mr + R
Marcação Polar:
É medida a partir da proa para Bombordo (BB) ou para Estibordo (EB), de 000º a 180º, tendo sempre que vir acompanhada de BB ou EB.
Estas definições foram retiradas do “Manual de Navegação: A Ciência e a Arte” de Altineu Pires.
No entanto há publicações que excluem o termo marcação polar, dizendo que se trata também de uma marcação relativa.