Hoje faz um ano que cheguei a Portugal quando tive de desembarcar da AIDAperla devido ao COVID.

Quando penso nisto, até fico assustada com a rapidez com que o tempo passa.

Felizmente fui acolhida por uma empresa portuguesa, a Mystic cruises, que me deixou acabar o estágio no navio World Explorer, do qual restavam apenas 20 dias para concluir.

VESSEL REVIEW | World Explorer - Mystic Cruises opts for hybrid power on Portugal's first polar expedition ship - Baird Maritime

MS World Explorer

Muitos praticantes e outros oficiais um pouco por todo o mundo perderam o trabalho.
Felizmente agora começamos a ver uma luz ao fundo do túnel.

Vida em terra em Portugal:

Para mim aproveitar este tempo mais conturbado para fazer o primeiro ano do mestrado foi a melhor opção.

Já estou é mesmo cansada de estar em terra. Se houve algo que a pandemia me deu, foi ainda mais certezas que trabalhar em terra não é para mim.

Tenho tantas saudades de acordar em locais diferentes, visitar novos portos, sentir o movimento do navio, até tenho saudades de ter saudades de casa.

Quando ando embarcada e depois tenho férias, parece que o tempo é mais bem aproveitado.

É perfeito o Mar? Não, mas é o que me faz feliz!

Perspetivas do futuro:

Faltam menos de dois meses para acabar o mestrado e se tudo correr bem, rapidamente estarei de volta ao emprego que me alegra!

Repatriação da AIDA Cruises:

Após um ano de Lock down do mundo devido à pandemia do COVID-19, resolvi partilhar aqui um pouco de como foi a minha chegada a casa.

Com o COVID a atacar a Europa em força recebemos o aviso de que os passageiros teriam de desembarcar e serem repatriados para o seu país, no dia 18 de março e ficámos num navio quase vazio a partir dai.

Estive mais de um mês fundeada (ancorada) em Bridgetown-Barbados e durante todo esse tempo só saiamos dessa posição uma vez por semana para dar a volta a ilha, para descargas e produzir água.

Navios fundeados em Barbados

Sim para produzir água do navio para consumo é aconselhado que este esteja a uma certa distância da costa para evitar que cedimentos do solo possam entupir filtros.

Idas a Porto:

Para termos mantimentos e receber outras encomendas do navio, tivemos de nos deslocar a terra duas vezes, durante o período de um mês que estivemos fundeados.

Durante este período nenhum membro da tripulação foi a terra, sem ser o Staff Captain que ia ver os calados.

Distanciamento social:

Como era praticante na altura, tinha de partilhar o camarote, mas devido à pandemia e como já não tínhamos passageiros a bordo, mudamo-nos para as cabines dos passageiros.

Como podem ver são de facto bem melhores que as nossas.

Crew Cabin

Pax Cabin

Acesso à internet:

Depende sempre da empresa com a qual uma pessoa se encontra a navegar, mas em geral a internet a bordo ainda não funciona lá muito bem e não é propriamente barata.

Por essa razão tinha levado comigo um router que funcionava muito bem em terra.

Já fundeada, como o navio se encontra constantemente a rodar sobre a posição em que se encontra o ferro (âncora) só funcionava em determinadas posições do navio, ou então em decks superiores.

Por isso cada vez que queria fazer uma videochamada para casa, lá ia eu para o último deck pendurar o router num ponto alto do navio para conseguir falar para casa.

Partida para a Europa:

Mais para o fim de abril, partimos das caraíbas e fomos em direção à europa, tendo feito o percurso a uma velocidade bem baixa e demorando duas semanas a chegar às canárias.

Cruises at Canary Islands

Nas canárias recolhemos outros tripulantes de outros navios para levar para a Alemanha.

Das canárias seguimos para Hamburgo onde desembarquei no dia 17 de maio rumo a Portugal.