Na passada quarta feira, pelas 1700 decorreu no COMM- Clube de Oficiais da Marinha Mercante, um seminário sobre o Shipping em 2030.

O seminário pretendia apresentar alguns dos próximos investimentos do grupo Mystic Invest (mais conhecido pela sua marca Douro Azul) em Portugal, e também discutir possíveis futuros da industria marítima.

No artigo de hoje irei falar um pouco do que se passou durante o seminário e de algumas considerações pessoais.

Douro azul e os seus novos navios:

Foi o Cmdt. Hugo Bastos quem representou a empresa e nos falou sobre a construção do novo navio da Douro Azul. Será o primeiro de longo curso, equipado com motores híbridos da Rolls Royce, de forma a ser mais amigo do ambiente

O navio irá chamar-se MS World Explorer. Terá 126m de comprimento, 19m de largura, 9400 toneladas e terá capacidade para cerca de 200 passageiros e 111 tripulantes.

As suas características foram pensadas de forma a que este cruzeiro possa fazer escala em portos de menores dimensões.

A sua velocidade de cruzeiro será de 16 nós, com um casco reforçado e hélices para operar no gelo.

Está neste momento a ser construído nos estaleiros da WestSea em Viana do Castelo. Deverá estar operacional já em Novembro deste ano.

Mais navios serão construídos, garantiu o Cmdt. Hugo Bastos.

É bom saber que estão a ser feitos novos investimentos, por parte de empresas portuguesas, para o aumento da nossa frota nacional. Portugal precisa de mais navios!

Para recém-licenciados de cursos ligados à marinha mercante, existirem mais navios nacionais também é muito positivo, pois quando um estudante de pilotagem ou de engenharia de máquinas marítimas termina o curso, temos de arranjar um estágio, ao qual nós chamamos ano de praticante.

Além deste estágio ser difícil de arranjar, penso que poder fazer a consolidação dos nossos estudos num navio de bandeira nacional é benéfico.

O shipping em 2030:

Na segunda parte do seminário foram apresentados pelo Eng. Jorge Antunes, possíveis cenários de como poderá ser o futuro do Shipping até ao ano 2030.

Nestes cenários possíveis, foram tidas em conta a força económica, a linha cronológica de eventos que se têm passado no mundo e o ambiente.

Um dos aspetos que mais me tocou foi a reflexão que os navios foram em tempos o meio de transporte menos poluente e, em poucos anos, passaram a ser o mais poluente.

Existe uma necessidade de criar novos sistemas menos poluentes para os navios de forma a conseguir um ambiente sustentável.

Quanto à economia, foi frisado mais do que uma vez, a necessidade de Portugal adquirir novos navios, pois neste momento encontramo-nos numa situação de dependência de outros países.

Foram discutidas novas tecnologias que irão ser utilizadas em navios e a forma como estas afetarão os marítimos. Neste contexto foi referida a automação dos navios, que espero não se tornar uma realidade num futuro próximo, para que possa ter a oportunidade de conhecer o mar.

Espero que tenham gostado! ????