
Este ano estive presente, pela primeira vez, na Seatrade Cruise med 2018 em Lisboa.
Para quem não sabe, a Seatrade Cruise med é constituida por uma parte onde existem várias bancas de representantes de diversas empresas, e por um espaço de conferências. O objetivo é discutir novas ideias e situações problemáticas do turismo de cruzeiros no mediterrânio.
Numa das palestras da Seatrade que assisti, foi discutido o problema do excesso de turismo no mundo, portanto resolvi partilhar convosco algumas ideias principais sobre este assunto.
Porto de partida:
Eu sou nascida e criada em Sintra e sei que a minha terra tem sofrido grandes alterações devido ao turismo.
Para quem não sabe, Sintra é o concelho mais bonito do distrito de Lisboa! Sintra é um local recheado de palácios, natureza, praias e boa comida, a receita ideal para qualquer foco turistico.
Quando era apenas uma pequena criança, a Vila de Sintra era um local muito calmo onde as pessoas locais se juntavam de vez em quando para beber um café e comer um dos famosos travesseiros. Tinha pequenos bares pouco movimentados e até supermercado.
Com o passar dos anos, a Vila de Sintra deixou de ser uma calmaria, para estar sempre cheia de turistas.
Há quem se queixe do grande movimento. A verdade é que sem o crescimento do turismo, Sintra não se teria desenvolvido e renovado como o que aconteceu.
O que levou ao excesso de turismo?
Antigamente viajar era visto como um luxo, que só quem já tinha algumas posses poderia sustentar.
Com o aparecimento das companhias aéreas low cost, o turismo ganhou proporções muito maiores e as principais cidades do mundo ficaram inundadas de pessoas.
Em geral os turistas só queriam estar onde toda a gente esteve, não procurando locais alternativos.
O que leva as pessoas a quererem viajar e os seus benefícios:
Já é sabido de todos que viajar faz bem à nossa saúde, abre-nos a mente para novas realidades e claro que também nos diverte.
O turismo serve para criar inúmeros empregos e como uma forma de desenvolver as comunidades locais.
Muitas tradições das localidades são mantidas devido aos turistas, que estão havidos de as conhecer.
O turismo nos cruzeiros:
Os cruzeiros são muitas vezes culpados pelo o excesso de turismo, mas a verdade é que estes representam uma pequena fatia nos números de turistas.
Há quem goste de os ver atracados, uma vez que fazem quase de prédios bonitos junto à costa, outros ficam indignados com o barulho que alguns deste fazem quando, por exemplo, transmitem filmes no seu convés.
Como resolver esta problemática?
Tudo passa por mudar alguns hábitos tanto das empresas como das populações.
As empresas poderão criar novas rotas e evitar enviar as pessoas para os mesmos locais nas mesmas alturas dos anos.
Nos cruzeiros, existem passageiros que ao já serem repetentes neste meio de férias, não se importariam de experimentar novos locais e novas culturas.
Para os locais, surgem também novas possibilidades de criação de atividades vocacionadas para os turistas e sem a necessidade de “atacarem” todos o mesmo local. Podem explorar estas atividades nas periferias dos locais chave, de forma a divulgarem novos espaços e tesouros dos mesmos.
Resumindo, não se deve limitar o turismo, mas sim controlar o seu fluxo local e sazonal.
E vocês o que acham deste tema?
Como antigo oficial DE Maquinas da Marinha Mercante, que teve oportunidade da fazer cruzeiros nos idos anos 70 enquanto embarcado no velho Principe Perfeito, continuo apaixonado pelos “barcos”, e tudo o que ao mar respeita. Tenho por isso nos ultimos anos feito pelo menos 1 cruzeiro anual. Estou a ficar um bocado apreensivo com a explosão da construção destes navios nos ultimos anos, e com a massificação que observo durante e nas paragens nos portos e a pressão ambiental nalguns destinos.