Visto que ontem foi o dia dos oceanos, hoje resolvi fazer um artigo sobre um tema bastante falado e de grande importância que é a poluição,nomeadamente neste caso, por derivados de hidrocarbonetos.

Todos nós já ouvimos falar de desastres com navios petroleiros, como é o caso do prestige.

No entanto, apesar de os derrames de crude terem consequências desastrosas para o ambiente, estes não são os responsáveis pela maior parte da poluição por hidrocarbonetos no mar.


E o que é o crude Oil?

O dito petróleo bruto, ou seja, o óleo que esta debaixo de terra e ainda não sofreu nenhuma alteração, e é por isso considerado um óleo pesado devido a este estado puro, e alta densidade. Por esta razão a sua dissipação é demorada e é dificilmente retirado dos oceanos por ele contaminados. Este petróleo é constituído por diversos componentes químicos, mas apresenta na sua maioria hidrocarbonetos.

O que são Hidrocarbonetos?

Um hidrocarboneto é um nome geral atribuído a várias misturas diferentes de compostos químicos, maioritariamente, de Carbono e Hidrogénio. Conhecemos estas misturas mais comummente pelo nome de Óleo.

O que acontece após um derrame?

Espalhamento: assim que atinge a água, o petróleo começa a alastrar-se horizontalmente. A sua velocidade é maior nas primeiras horas e depende das correntes e força do vento. Tem o lado positivo de, ao aumentar a área de contacto, os processos de degradação ocorrem a maior velocidade.

Evaporação:
nesta fase dá-se a evaporação dos constituintes mais voláteis do petróleo, o que faz com que o derrame perca volume e alguns elementos tóxicos. Nas primeiras 24h, pode-se perder de 20 a 30% do volume através de compostos mais leves.

Emulsão: tanto pode ocorrer de água no petróleo, como de petróleo na água. E isto é a mistura de um no outro que é conhecida como uma espécie de “mousse” espessa, que reduz os processos de biodegradação.

Sedimentação: quando partes do petróleo com a a densidade inferior a da agua se afundam.

Oxidação: vai ocorrendo a reação química entre os hidrocarbonetos evaporados e o oxigénio, devido a radiação ultravioleta proveniente do sol.

Controlo de derrames e vazamentos de petróleo:
Os derrames de petróleo tanto podem ocorrer na terra como no mar, e para minimizar os seus efeitos, tem de se proceder à utilização de equipamentos com essa finalidade.

Barreiras: tanto podem ser usadas em terra como no mar. As barreiras utilizadas em água são flutuantes e são usadas para a recolha de óleo da superfície da agua para conter, desviar e para absorção posterior.

Skimers: máquinas que removem o óleo suspenso na agua com dispositivos mecânicos como bombas, sistemas de vácuo, cilindros rotativos, etc. São normalmente usados em conjunto com as barreiras

Dispersantes: são uma espécie de detergente que ajuda a dissolver a mancha de óleo em gotas menores, reduzindo o tempo da degradação biológica. Ao remover o óleo da superfície da agua protege diversos animais de ficarem preses no crude, como e o caso das aves, tartarugas, mamíferos, etc. Os dispersantes não devem, num entanto, ser aplicados em aguas rasas costeiras, pântanos, ou sobre recifes de corais uma vez que estes podem ser tóxicos para a fauna e flora desses locais.

Bio remediação: nome dado quando são utilizados diversos procedimentos para acelerar a biodegradação natural, ou seja, colocar microrganismos, bactérias, fungos e algas unicelulares, etc, que vão degradar o petróleo e fazer o ecossistema voltar à sua normalidade. Este processo tem a desvantagem de ser muito lento, e por isso, apesar de ser muito natural, não serve para remover grandes quantidades de petróleo.

Se tiverem alguma dúvida, é só dizer 😉

Imagens retiradas de:
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