O artigo de hoje é uma explicação do porquê de existirem marés e correntes de maré.

Escolhi abrir o artigo com esta imagem das azenhas do mar, pois além de ser da minha zona, neste local vemos bem o efeito das diferenças das marés. 😀

O nosso planeta azul é constituído por 70% de água, que, como sabemos, está em movimento.

Este movimento é provocado pelos campos gravitacionais da Terra, Lua e Sol. Estas forças têm duas componentes: A vertical, que são as ditas marés e a horizontal, que são as correntes de maré.

Marés

A maré é influenciada por forças gravitacionais do Sol e da Lua. No entanto a Lua exerce um poder bastante superior. Embora a Lua seja mais pequena, compensa com a sua distância reduzida à Terra.

De um modo geral, pode dizer-se que as marés seguem o calendário lunar, tirando as exceções de variações de alguns locais e por influência do Sol. Um dia lunar dura em média 24h e 50min.

Quando ocorre a passagem meridiana superior e inferior da Lua, ou seja, quando esta faz um alinhamento Terra-Lua-Sol, dá-se a preia-mar (maré cheia).

Quando a Lua faz um angulo de 90º, com a terra dá-se a baixa-mar.

Muitos de nós já ouvimos falar que “a maré, no dia seguinte, é uma hora mais tarde”. Na verdade ela tem uma alteração média de 50 minutos.

As preia-mares sucedem-se assim, regularmente, com um intervalo médio de meio-dia lunar de aproximadamente  12h 25m.

Normalmente os níveis de marés seguem a fase de Lua correspondente 2 ou 3 dias depois por causa do atraso entre a ação da força e à sua reação devido à inércia da água, entre outros fatores.

O intervalo entre uma maré viva e uma maré morta é de aproximadamente 7 dias e meio.

Para fazermos contas enquanto navegamos, temos alguns dos seguintes níveis em consideração:

• Sonda à Hora (Sh)– Distância medida na vertical entre o fundo e a superfície da água.

• Altura de maré – Distância a nível vertical que vai desde o Zero Hidrográfico ao nível de água num determinado instante.

• Sonda reduzida (Sr) – Distância medida na vertical entre o fundo e o Zero Hidrográfico.

• Resguardo ao fundo – Distância medida na vertical que vai desde o fundo até à quilha do navio.

Calado do Navio É a altura entre a linha de água e a parte inferior da quilha.

• Resguardo aéreo – Distância medida na vertical entre um obstáculo aéreo e o ponto mais elevado do navio.

• Altitude de um objeto – Distância medida na vertical entre o ponto considerado e o Nível Médio do mar.

• Altura representada nas cartas náuticas – Distância medida na vertical entre um obstáculo aéreo e a PMAV.

• Zero Hidrográfico (ZH) – Plano a que são referidas as sondas que são indicadas nas cartas. É, portanto, um plano que é mais baixo que a mais baixa baixa-mar.

• Preia-Mar de Águas Vivas (PMAV) – altura média deduzida de uma longa série de observações das alturas de maré de 2 preia-mar sucessivas, quando a amplitude de maré é máxima.

Num próximo artigo explicarei como se fazem estes cálculos e os do cálculo da maré! ????

Correntes de Marés:

Elas são a componente horizontal do efeito das forças gravíticas nos oceanos.

É bastante importante para um navegador entender a direção e velocidade da maré, para entender como esta irá afetar o navio.

A direção da corrente é o sentido para o qual a corrente desloca-se e exprime-se de forma idêntica à dos rumos, de 0º a 360º a partir do Norte Verdadeiro.

A velocidade da corrente expressa-se em metros por segundo (m/s) ou mais usualmente utilizado em nós (milhas náuticas/h).